Open Insurance traz custos elevados para seguradoras e setor questiona benefícios para o consumidor
por Denise Bueno
Precisamos entender quais os benefícos do Open Insurance. Este foi o tema abordado por Dyogo Olilveira, presidente da CNseg, a confederação das seguradoras, e por Armando Vergílio, presidente da Fenacor, a federação dos corretores, durante o painel de abertura do evento da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) para apresentar dados sobre pesquisa sobre o gap de proteção financeira da sociedade brasileira.
Vergílio afirmou que é um erro de estratégia alguma companhia decidir avançar nas vendas de seguros sem considerar o corretor de seguros como o principal canal de vendas. “Sabemos que não adianta lutar contra. O Open Insurance virá. Mas temos de discutir mais este assunto para que todos sejam beneficiados”, comentou em sua fala.
Oliveira afirmou que o Open Finance (une bancos e seguros) está no início com a implementação do open banking “Temos de aguardar para ver. O Open Insurance tem vários desafios importantes. R$ 100 de empréstimo no Bradesco é o mesmo como R$ 100 no Itaú. Em seguros não. Temos uma infinidade de produtos e o seguro não é homogêneo, com características diferentes”.
O Open Insurance será implementado em algum momento. Ninguém duvida. Mas ainda há vários aspectos que precisam ser discutidos, concordam CNseg e Fenacor, diante de uma posição firma da Susep que a autarquia trabalha firme neste propósito.
Segundo Oliveira, o maior desafio da implementação do open insurance está a relação com cliente. “Ninguém acorda com o desejo de comprar seguro. Como atrair este cliente para um ambiente digital e quanto vai custar isso. O modelo inicial do Opin tinha uma desculpa para dizer que haveria melhor custo para o consumidor, pois eliminava o corretor”, comentou.
No entanto, depois de muita luta, a Fenacor conseguiu viabilizar a Spoc, que tem como função gerenciar o compartilhamento de informações entre os clientes e operadoras do sistema, garantindo a segurança e a privacidade dos dados dos usuários. “O custo de produtos vendidos pelos bancos que vendem seguros chega a ser maior do que o ofertado pelos corretores”, afirmou Vergílio.
Oliveira afirma que a CNseg tem feito estudos junto à Susep para ver de onde virá o ganho. “Até agora só vejo custos. Além dos tradicionais, as seguradoras têm mais custos com Opin e agora da Spoc. Se tivermos juntos nesta discussão já enfrentaremos diversas dificuldades. Se tomarmos o caminho de discussões isoladas, ai sim será impossível”, ressalta Oliveira.
Uma pesquisa feita com um grupo de seguradoras revelou que as empresas estão investindo cerca de R$ 10 milhões por ano. “Falamos de R$ 600 milhões em investimento por ano só para o Opin. As empresas estão cumprindo a legislação, mesmo sem estar claro sobre quais serão os benéficos do open insurance. Ao contrário do open banking, que já tem claro os benefícios”, citou.
Paralelamente a esta discussão, Edson Franco, presidente da Fenaprevi, anfitriã do evento, afirmou que os corretores de seguros têm um papel fundamental em educar a população sobre a urgência para poupar para o futuro. “Como mostra a nossa pesquisa realizada com o DataFolha, temos capacidade de capacitar os corretores de seguros para promoverem uma grande mudança na situação futura da sociedade sobre como cobrimos o gap de proteção em nosso pais”, disse Franco, também presidente da Zurich Seguros do Brasil.
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